segunda-feira, 13 de agosto de 2012

O Dia dos Pais foi ontem, mas meu post referente escrevo hoje.

  
      Eu jamais poderia dizer que minha vida só piorou após ter sofrido o AVC. Muita coisa foi mesmo de mal a pior neste período. Contudo, um mês depois do acidente passei a vivenciar a melhor experiência da minha vida. Tornar-me pai transformou totalmente minha vida de forma positiva. Não movia direito o corpo, mas podia amar aquela menina tanto ou até mais que um filho biológico. Ser pai me ensina muita coisa. Parabéns a todos abençoados com a dádiva de ser pai. 


sábado, 4 de agosto de 2012

Hoje minha filha amada completa 12 anos. E é em sua homenagem que eu adianto aqui o capítulo do meu livro dedicado a Renatinha... Parabéns, filha, eu te amo.

4 – Renascimento - Renata

Renatinha tinha quatro anos quando entrou nas nossas vidas de forma arrebatadora. Aquela moreninha de cabelo liso, tipo indiazinha, chegou num momento de profundas mudanças para mim. E assim foi meu grande incentivo numa etapa que nem andava, mas sabia que precisava sair daquela situação para poder correr e jogar bola num parque, como todo pai faz com um filho. E aquela menininha vinha com seu nome tão significativo – Renata, a renascida, nascida novamente. Era tudo o que eu precisava dali por diante, renascer. Sei da importância do amor da minha filha na minha volta por cima.

4/ago/2012

sexta-feira, 3 de agosto de 2012


A pedidos dos meus três ou quatro leitores, antecipo para vocês o 2º Capítulo do meu livro "Um Acidente em Minha Vida"



2 -  Volta à Vida 
        
Cheguei à São Paulo, pós-internação em Santos, decidido a retomar minha vida, freada abruptamente naquele sábado fatídico de verão. A primeira providência foi fazer algumas pequenas modificações em minha casa – como a instalação de corrimãos nas escadas -  pois adaptação era a palavra de ordem para a recuperação.
         O grande desafio de início foi ter de reaprender a digitar só com a mão direita. Hoje eu tiro isso de letra. A natureza é sábia e soube me recompensar com destreza extra na mão direita. Voltar a escrever era urgente no momento, não só para continuar a exercer minha profissão de jornalista, como fator decisivo para obter meu diploma do curso de pós-graduação. Faltava justamente o manuscrito final – o TCC, Trabalho de Conclusão de Curso. Foi difícil, mas escrevi várias laudas, fiz muitos gráficos e tabelas. Tirar nota 10 e ir buscar meu diploma, mesmo de cadeira de rodas, ouvindo minha filha gritar ‘papai’ lá na plateia foi minha grande vitória inicial.  

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Conforme prometido lá vai:  I - Sr. Imponderável - 1ª parte


I – Sr. Imponderável

         Meu acidente foi totalmente imprevisível, como de resto todo e qualquer acidente não tem dia ou hora para acontecer. Não existia doença prévia alguma , pressão arterial OK, desde jovem sempre mantive 12 por 8, sem problemas, bons níveis glicêmicos e de colesterol, além de malhar de duas a três vezes por semana numa academia. Tinha uma casa, esposa e trabalho.
E tudo se desfez em questão de minutos, tal como deve acontecer com quem é atropelado ou que ao menos sente uma vítima de acidente aéreo, aliás hoje faz cinco anos, num dia chuvoso como hoje, que aconteceu o imponderável e o avião não parou na pista e explodiu do outro lado da avenida, matando todo mundo. Poderia imaginar ao menos uma dessas 199 vítimas que aquele seria seu último dia? Assim também jamais poderia passar pela minha cabeça que aquele fim-de-semana de lazer com a família em Santos marcaria o início deste meu drama pessoal. Foi na manhã de 18 de fevereiro de 2005 que tudo começou. Desperto às 7 horas, disposto a fazer uma caminhada pela orla. Mal sabia eu que só viria a ter condições de voltar a andar três ou quatro passos que fossem só depois de uns três anos, em 2008 ou 2009, não lembro bem.
         Voltemos ao dia fatídico. Eu e minha então esposa Beth dormíamos num colchão na sala. Quando fui me levantar apareceu o primeiro sinal do AVC – Acidente Vascular Cerebral; a perda do equilíbrio me fez cair deitado de novo no colchão, assustando Beth. Foi ela e também meus pais que logo identificaram que eu não estava bem. Além da perda de equilíbrio, meu rosto transfigurou –  ‘entortou’ a boca e parou todo o lado esquerdo do corpo. Curiosamente, ainda caminhei até o banheiro e tomei banho normalmente. Esse foi meu último ato antes que minha perna, pé, braço e mão esquerdos parassem de me obedecer. Não perdi a fala e, o principal: mantive-me lúcido e consciente o tempo todo. Mas como minha boca entortara muito, assim como minha voz saía ’empastada’, meus familiares acharam por bem chamar o SAMU. O socorro veio rápido, pra minha sorte logo estava num Pronto Socorro público. Não sei precisar quanto tempo fiquei nesse local. Só sei que logo fui transferido para um hospital do convênio, o Ana Costa. Aí foram quatro dias na UTI. Tomografias computadorizadas confirmaram um AVC Isquêmico. Com o lado esquerdo todo do meu corpo paralisado, eu senti medo.  E mesmo com todo o sentimento de impotência frente àquela situação,  eu acreditei que poderia superar o baque e me recuperar. Estava, sim, abatido com a impossibilidade de comandar o próprio corpo, um dedinho ao menos, mas nada... 
Não percam, nesta sexta-feira, dia 3 de agosto, postarei  "O Imponderável", primeiro capítulo do meu livro  "Um Acidente na minha vida" Voui gostar de saber a opinião de vocês.
Quase oito anos após ter sofrido um AVC isquêmico resolvi por no papel minha experiência e história de luta e superação. O livro está pronto. Enquanto não consigo editá-lo e coloca-lo à venda resolvi divulgá-lo oferecendo trechos aqui na net para os interessados. Meu próximo post será o primeiro capítulo do meu livro. Espero que gostem do material e que seja útil para aqueles que, assim como eu, tiveram que encarar a pesadíssima barra da aceitação, adaptação e superação de sequelas.Apreciem e comentem. Abraços a todos